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Mostrando postagens de maio, 2012

Conta-gotas.

“Nunca esperei que pudesse amar algo com tanta força.”, ela me disse. Eu não sabia o que responder. Calado, andei até a janela e acendi um cigarro. As coisas estavam diferentes de quando nos conhecemos. Os nossos papos não batiam mais. Ela preferia o conta-gotas sempre. Insisti mais uma vez, mas ela tornou a repetir a frase de antes. Fui para o quarto e catei a minha mochila. Pela porta entreaberta eu a olhava na mesma posição. Os seus longos cabelos haviam sumido, agora ela usava a cabeça raspada. A camisa branca que ela vestia já não era mais tão branca assim, e por entre tanta sujeita, vi alguns pingos de sangue pelo meio dela. Sua calça jeans surrada, rasgada nos joelhos me mostrava suas pernas dessecadas de um jeito febril. Os seus braços carregavam um pico em cima do outro, por entre inúmeras feridas, muitas delas infeccionadas com toda a loucura junkie do mundo. As suas tatuagens já não tinham mais a mesma visibilidade de antes, pois não havia carne alguma pra mostrá-las pra