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Mostrando postagens de agosto, 2016

Uma camisa de força

Somos enganados o tempo todo A cada turno Em que entramos nas fábricas Eles nos prometem um punhado de moedas E sempre existe uma enorme perspectiva pra crescer Mas nada certo Tudo depende exclusivamente de você É o que dizem Mas eu não vejo nada disso E o que eu vejo São pessoas Entregando os seus sonhos E sacrificando os seus dias Sob o pretexto de uma promessa Que no fundo Nem ao menos existe E quando você chega em casa Destruído O que você (a gente) faz? Raspamos as moedas em nossos cofrinhos E saímos como loucos por aí Doidos pra gastar o que não temos Em coisas que nem ao menos Precisamos Sei lá Talvez eu seja só um louco Mas o fato é Que quando fui em busca de lucidez Havia uma camisa de força Nas mãos do meu enfermeiro

Fogo no céu

Em meio ao caos Do mundo insano Galopo um alazão Que cospe fogo E tem um par de asas E como disse o sábio Poucos sabem das feridas do inferno Porque senão O que faríamos dos anjos? Em que sepultura enterrou o que sente Em que mundo fez seu cerne Como chama seu cavalo? E quantos quilos ele pesa? Como ele é de pata? E quando ele bufa Você consegue sentir o calor? Eu tenho um demônio em minhas mãos É selvagem e poderoso E sempre que o vejo Solto suas rédeas E o deixo me levar E depois de algumas milhas Ele é manso E relincha E bate seu casco no chão quando me vê E nessa hora Eu tenho certeza Ele sabe Que vamos matar a saudade E correr Correr Até virarmos fogo no céu E possamos morrer