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Mostrando postagens de dezembro, 2013

Voando em carne crua

Achei estranho vê-lo, a voar em minha direção. Não é o tipo de coisa que você espera. Eu só queria ler o meu jornal dominical enquanto tomava meu café da manhã já na parte da tarde. O sol forte fazia com que a rua de paralelepípedos exalasse muito mormaço em direção ao céu. Surgia uma espécie de cortina de vapor que turvava minha visão. Tipo uma tela de tevê onde passava um filme incrível. Sim, era branco, enorme. Não sei com exatidão, mas suas garras não perdiam para o tamanho de minha mão aberta. Seu voo era magnífico, e por um instante pensei que me atacaria ao observá-lo a planar sem qualquer certeza de seu pousar. Assim que adentrou no pátio aninhou-se na grama, logo que encontrou a sombra da pitangueira. Foi quando eu, mesmo petrificado de medo, tive a impressão de que o carniceiro me pediu de beber, como que por telepatia. Movido por uma força tão estranha quanto desconhecida, me vi a entregar uma vasilha cheia de água para a criatura. O danado tomou quase que tudo. Fiq

Nenhuma meretriz que se preze recebe o próximo cliente sem antes escovar os dentes e tomar uma boa ducha

O tom de brincadeira circulava no bordel enquanto alguns frequentadores questionavam o desaparecimento de muitos amigos que tiveram uma noite com ela. — Depois de ter uma mulher dessas nos braços todos somem no mundo porque entendem que sem ela não vale a pena viver — dizia um dos homens a beber e a rir com sua garrafa quase vazia. — Uma mulher dessas vira a cabeça de qualquer um... Eu corro o risco de ficar pinel do miolo em troca de uma-bem-dada com ela — falava outro a rir ainda mais loucamente que o primeiro. — Eles não voltam mais porque não aguentam uma mulher como Ornela — afirmava um terceiro tão empolgado quanto os demais. — Imagina aparecer aqui e ter de admitir na frente dos amigos que na cama ninguém pode com ela — completou e riu de novo. Quem a via se encantava, quem a ouvia se arrepiava e quem a tocava tornava-se inteiramente dela. Ornela era irresistível por conta da sua beleza estonteante, do seu corpo esguio, dos seus gestos e da sua montada, quando subia em