Voando em carne crua
Achei estranho vê-lo, a voar em minha direção. Não é o tipo de coisa que você espera. Eu só queria ler o meu jornal dominical enquanto tomava meu café da manhã já na parte da tarde. O sol forte fazia com que a rua de paralelepípedos exalasse muito mormaço em direção ao céu. Surgia uma espécie de cortina de vapor que turvava minha visão. Tipo uma tela de tevê onde passava um filme incrível. Sim, era branco, enorme. Não sei com exatidão, mas suas garras não perdiam para o tamanho de minha mão aberta. Seu voo era magnífico, e por um instante pensei que me atacaria ao observá-lo a planar sem qualquer certeza de seu pousar. Assim que adentrou no pátio aninhou-se na grama, logo que encontrou a sombra da pitangueira. Foi quando eu, mesmo petrificado de medo, tive a impressão de que o carniceiro me pediu de beber, como que por telepatia. Movido por uma força tão estranha quanto desconhecida, me vi a entregar uma vasilha cheia de água para a criatura. O danado tomou quase que tudo. Fiq...