Humanos fedem
Apertei o pneu e empurrei com força. Cheguei até o criado mudo. Abri a gaveta. Estava lá. Reluzia. Saquei o tambor, seis balas. Rolei-o com um toque de dedo e, num golpe curto devolvi-o para o seu lugar. Estalou seco! Gosto de ouvir o som do encaixe. É como uma espécie de ritual. Algo que me dá prazer. Usei a outra mão e voltei para perto da janela. Vi meu reflexo nele. Estava limpo. Um matador como eu, metódico, aprecia a morte desde o seu início. Entende? Coloquei a arma junto de mio core, como prefiro. Um Raging Bull, cano dez polegadas merece esse cuidado. O 45 foi uma encomenda das mais apropriadas, para a minha arte. É assim que vejo a morte, como arte. Já na rua, o breu da escuridão apanhava as calçadas sombreadas pelas árvores em meio ao canteiro central da avenida. Aproveitei o terreno e deslizei pelo passeio. Escutava o soar das rodas ao tempo que me aproximava do lugar. Lucrei as mãos e acendi o careta. A fumaça ia embora e eu sentia o gosto que só o filtro vermelho pod...