Tudo o que ele quer é estar em paz
Ele anda e para diante da fonte, sorve um gole, senta, olha firme o horizonte. Ele pensa, rumina, nada diz. O vento é forte, a tempestade está próxima, há uma barra, uma faixa escura a vir de encontro dele, mesmo assim, ele não se move. Os primeiros trovões soam, os iniciais pingos são volumosos e tocam a sua face, nenhum deles escorre, pois um a um penetram em sua carne e encharcam a sua vingança, a sua alma, a sua dor. Os transeuntes o olham e não creem, alguns fazem o sinal da cruz, e outros tantos resmungam: “Deus, ele está seco, mesmo embaixo de chuva ele está seco”. Calado, ele se levanta, e errante se move em direção do horizonte, porque tudo o que ele quer é estar em paz, afinal de contas, ele está seco, cansado de simplesmente, matar.